quinta-feira, 30 de agosto de 2012
Nós
sexta-feira, 4 de maio de 2012
Os meus dias
Passo os dias à espera do amanhã...
E é tão impotente esta sensação de vazio.
Como as horas num relógio sem ponteiros.
Descompassando entre os nossos dias sem horários.
Sem palavras. Sem cores. Sem sorrisos.
Sem nós.
Passo os dias à espera do amanhã...
Um dia novo que me traga notícias dos teus dias.
Dias que passas longe de mim,
Entre pessoas que não conheço.
Sem emoções. Sem motivos. Sem momentos.
Sem nós.
Passo os dias à espera do amanhã...
Um dia em que voltas sorrindo.
Esquecendo tudo o que não houve,
E colocas de lado, de forma irrepreensível, o que não foi dito.
Sem nós.
Passo os dias à espera do amanhã...
Sonhando com a tua voz tranquila.
Com as poesias que fazes sem pensar,
Numa vida desencontrada que segue lenta em corredores estreitos.
Sem ternura. Sem coragem. Sem sonhos.
Sem nós.
Passo os dias à espera do amanhã...
De me encontrar nos teus braços.
De me perder nas loucuras que dizemos,
Sem medir conseqüências do bem e do mal...
Com amor. Com paixão. Com sentimento.
Com os dois.
Passo os dias à espera... de saber como será?
Passo os dias à espera... de ti!
Efetivamente à espera...
Afetivamente uma dor.
sábado, 17 de dezembro de 2011
As andurinhas ainda vôam
É demasiado triste, demasiado doloroso a dor do não ter, a dor do não ser.
Ao cair da noite o apavoro das trevas me assusta, me corrompe, fazendo com que meu sono desapareça. Quem dera eu desaparecesse assim também.
Não, não tenho essa sorte.
Tão triste é a memória dos dias que não tive. Tão desoladora é a tristeza de uma vida vazia, morna. Desperdiçada a alma chora.
Já não aguento essa solidão.
Desejo o infinito, anseio o impossível, sonho com o improvável.
A minha mente é tão imprevisível que por vezes me assusta a medida que me conheço. O não ter não me entristece mais, não me atormenta, não me incomoda.
Cada dia que passa acredito menos em anjos. Anjos somos nós, anjos decaídos, anjos incrédulos, anjos demônios.
Assim a vida vai passando, as horas vão passando e vamos perdendo tempo. O tempo de viver, o tempo de ser feliz. Um tempo de construir uma família, um lar, um futuro.
Meu tempo acabou e as andurinhas ainda vôam.
sexta-feira, 16 de dezembro de 2011
Pessoas
Ela é enorme para ti quando fala do que leu e viveu, quando se trata com carinho e respeito, quando olha nos olhos e sorri destravado. É pequena para nós quando só pensa em sim mesmo, quando se comporta de uma maneira pouco gentil, quando fracassa justamente no momento em que teria que demonstrar o que há de mais importante entre duas pessoas: a amizade.
Uma pessoa é gigante quando se interessa pela tua vida, quando procura alternativas para o teu crescimento, quando sonha. É pequena quando se desvia do assunto.
Uma pessoa é grande quando perdoa, quando compreende, quando se coloca no lugar do outro, quando age não de acordo com o que esperam dela, mas de acordo com o que espera de si mesma. Uma pessoa é pequena quando se deixa reger por comportamentos clichês.
Uma mesma pessoa pode aparentar grandeza ou miudeza dentro de um relacionamento, pode crescer ou decrescer num espaço de poucas semanas: será ela que mudou ou será que o amor é traiçoeiro nas suas medições? Uma decepção pode diminuir o tamanho de um amor que parecia ser grande. Uma ausência pode aumentar o tamanho de uma amor que parecia ser ínfimo.
É difícil conviver com esta elasticidade: as pessoas a agigantam e se encolhem aos nossos olhos. O nosso julgamento é feito não através de centímetros e metros, mas de ações e reações, e ao recolhê-la inesperadamente, torna-se mais uma. O egoísmo unifica os insignificantes.
Não é a altura, nem o peso, nem os músculos que tornam uma pessoa grande. É a sua sensibilidade sem tamanho.
quinta-feira, 15 de dezembro de 2011
Sonhos
Tantas questões que pairam na cabeça e não sabe-se se é sonho, expectativa ou realidade.
Sonho na verdade serve para duas coisas: construir ou destruir.
Algumas vezes os sonhos são possíveis e motiva a agir de fora a atingí-los, nesse caso podemos dizer que eles constroem.
No entanto, eles podem fazer com que você se mova, mude, corra e veja que não tem como mais ir adiante. A partir daí eles estão destuídos. E pode ainda destruir o sonhador, levando-o a não sonhar um sonho como tal.
Complicado.
Sonhar é bom, realizar é mais ainda. Mas acima de tudo, o sonho é um risco. A frustração e o aprendizado de um sonho não concretizado, pode ser definitiva na construção ou não de novos.
De teimosia (ou obstinação), vale a pena continuar tentando sempre.
quarta-feira, 14 de dezembro de 2011
Explodiu
Essa inconstância, esse medo de amadurecer, esse apego ao passado. Tudo isso está escorrendo rapidamente pelos meus dedos. E não dá tempo de segurar isso novamente, não mais. É preciso ficar esperta pra agarrar com firmeza tudo o que está chegando e caindo direto em minhas mãos. Elas não podem estar abertas tentando resgatar o que já não tem resgate.
O ponto é que eu já nem sei mais o que é comodismo ou zona de conforto. Meus amigos antigos explodiram, foram um para cada lado, viver suas vidas. Meus compromissos são outros, minha agenda vive cheia, meu tempo ocioso me mata de tédio. Eis que não tenho mais motivo algum para me apegar tanto ao passado.
No caso, tudo está mudando, meus antigos sentimentos, minhas prioridades, meu foco. Já disse umas trezentas vezes: vou mudar! E parece que o mundo continua girando e me pedindo pra girar junto. São mudanças que não acabam mais. Hoje mais forte, mais determinada, menos chorona em alguns aspectos, mais segura em outros. Me desespero menos, converso menos, vivo menos fora da realidade. Meus pés estão no chão e minha cabeça está descendo das nuvens. Não tem mais nada que me agrade em suposições, em possibilidades inexistentes. Eu já não tenho mais motivos pra nenhuma dessas besteiras de se prender ao que não existe, ao que nunca vai existir. Passei muito tempo da minha vida me prendendo a pequenos fatos inúteis, a conversas sérias demais, ao que me desagradava. Eu não sabia fugir dessas situações, não sabia como era viver sem sentir dor.
Aí um dia eu descobri, eu vivi um dia inteiro sem sentir pontada alguma de sofrimento. Após um tempo eu consegui dois dias, três... uma semana. E quando a dor voltou, eu me desesperei. Fiquei com medo de que tudo que eu havia conseguido me livrar tivesse me sufocado novamente.
Mas eu respirei, levei um pouco de tempo, olhei ao redor e vi que nada havia mudado. Aquela realidade excruciante estava tão longe de mim, quase como se fosse um filme do qual eu não participasse. Eu simplesmente conseguir parar de chorar e seguir em frente. Mais uma vez com meu sorriso, com minhas decisões firmes. Ainda sinto um pouco do que era passado.
Mas hoje e agora eu tenho a certeza de que já não tenho toda aquela ansiedade, todos aqueles sonhos extremamente complexos. Não tenho mais nem as mesmas verdades de tempos atrás. O que permanece é a vontade de sempre haverem dias melhores.
Chega de me prender ao que não se prende por mim, de procurar vestígios de algo que não existe mais, de fazer birra pra Deus e o mundo por não querer crescer. Tá na hora e pronto. Vou crescer e o resto nem posso dizer que se exploda, já explodiu. Só eu não tinha notado antes.
quarta-feira, 12 de outubro de 2011
Difícil Explicar
E nesse belo dia, a balança pende para essa tal pessoa em detrimento de outra. E começa um outro drama, em que se torna complicado gerir a dedicação de parte a parte, em que o emocionado não admite/compreende/aceita que haja uma outra figura na mesma linha sentimentalista. Até que se apercebe que são mais.
Porque ao contrário de determinadas cordas bambas, há aqui uma delicada força mental à qual sou completamente alheia (o meu talento destrutivo matá-los-ia a todos em questão de nanossegundos), mas que por outro lado é completamente sustentada por uma vigência comum de muito tempo e conhecimento. E quem chegou mais tarde, até que a teia emocional lhe permita passar à frente na fila, irá ter que ficar no seu posto.
Claro que isto suscita ataques ao ego de qualquer um, sobretudo quando se trata já da minha habitual gélida presença.
Fear not, oh brave one. You wouldn't stand in that line for another moment it l'd not be strong enough to keep you there.
São estranhos desígnios. por vezes difíceis de explicar.